domingo, 25 de dezembro de 2011

O ENSINO DE HISTÓRIA E A MEMÓRIA

     Objetivamos discutir questões relacionadas com a possibilidade de se trabalhar com os bens culturais do Patrimônio Histórico no processo ensino-aprendizagem de História para estimular no aluno o senso de preservação da memória social coletiva amapaense.

     Patrimônio: bem de herança que é transmitido, segundo as leis, dos pais e das mães aos filhos.

     Patrimônio Histórico: bens incomensuráveis, que é a memória coletiva construída socialmente e a identidade de um povo.

     Patrimônio Cultural Imaterial: práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas junto com os instrumentos, objetos artefatos e lugares que lhes são associados. Transmitido de geração em geração.

     Primeiramente construir a memória como fonte de interpretação do passado sem a perspectiva de ser história oficial. Separando o máximo possível o Poder, do contexto histórico e os grupos administrativos oficiais.

     A história de nossos dias tem mostrado a multiplicação de grupos de interesses e sua incessante luta por espaços de atuação, que nos autoriza dizer que a palavra identidade ganha, hoje um, um conteúdo político...

     Em seguida, a importância nas sociedades, de todas as classes, lutando pelo poder, pela vida e até mesmo a sobrevivência. O que nossos antepassados vivenciaram e criaram, passarão à história e nos fortalecerá, com a memória social coletiva. ...Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens.

     A escola tem um papel fundamental, e em particular o Ensino de História, formando cidadãos, que poderá se traduzir no conhecimento e na valorização do Patrimônio Cultural Amapaense. Assim a escola estará cumprindo um de seus papéis social, pois, em meio às discussões de globalização, neoliberalismo, pré-modernidade etc. Busca-se cada vez mais a necessidade de Identidade Nacional.Esse conceito é bastante discutido nas ciências humanas do século XXI, antropólogos e culturalistas acreditam que a globalização aproximou culturas e costumes e, logo, identidades diferentes, mas todos são unânimes em afirma que ela define um povo.

     No que diz respeito à memória, ela é, pois, imprescindível na medida em que esclarece sobre o vínculo entre a sucessão de gerações e o tempo histórico que os acompanha. Para Le Goof: a memória está nos próprios alicerces da História, confundindo-se com o monumento e com a oralidade. Sem isso a população não tem condições de compreender a história de sua cidade, como seu espaço foi produzido pelos homens através dos tempos, nem, principalmente, o processo que o caracterizou.

     “Mas a memória não é apenas individual. Na verdade, a forma de maior interesse para o historiador é a memória coletiva, composta pelas lembranças vividas pelo indivíduo ou que lhe foram repassadas, mais que não lhes pertencem somente, e são entendidas como propriedade de uma comunidade, um grupo...”

     Assim deveremos inserir atividades voltadas para esse tema em nossas aulas para que nossos alunos possam perceber a importância da memória na história amapaense.

     SUGESTÕES:

     5ª Série do Ensino Fundamental.

     1ª Série do Ensino Médio.

     REFERÊNCIAS:

     D’ALESSIO, Marcia Mansor. Projeto História. Revista do programa de estudos em História do departamento de pós-graduados em História da PUC-SP. SP: EDUC, nº 17, 1998 – INTERVENÇÕES DA MEMÓRIA NA HISTÓRIOGRAFIA: IDENTIDADES, SUBJETIVIDADES, FRAGMENTOS E PODERES.

     LE GOFF, Jacques. HISTÓRIA E MEMÓRIA. Campinas. SP – UNICAMP: 4ª ed. 1996. P. 477.

     SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos e Termos Históricos. São Paulo: Contexto, 2008.