segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Chegada da República em Terras Tucujus

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A palavra república vem do latim, (res=coisa; pública=do povo) significa governo da coisa do povo, da coisa pública, do bem comum. A Monarquia caiu no Brasil no final do século XIX, sendo substituído pela República, o Brasil mudava a forma de governo sem revolucionar a sociedade: trocava de bandeira, separava a Igreja do Estado, fazia uma nova Constituição, tudo no clima da nova ordem que interessava às elites.
 “Aristides Lobo, ministro do primeiro governo republicano, manifestou sua decepção com a ausência de participação popular na proclamação da República. Numa observação que ficou famosa, disse que o povo assistiu a tudo ‘bestializado’, supondo ver talvez uma parada militar...” (COTRIM, 2005, p. 457)
As elites dirigentes dos municípios de Macapá e Mazagão, (esses lugares pertenciam à época a Província do Grão-Pará), não ficaram alheias às manifestações republicanas, a grande maioria aderiu à causa, alguns preferiram a neutralidade, principalmente os proprietários de escravos, que ainda existiam em Macapá, (1886, ano de criação do Clube Republicano, na capital da Província) esse grupo era formado por indivíduos que apoiavam a abolição da escravatura e também faziam oposição à Monarquia.
Quando, em 15 de novembro de 1889, o Brasil passou a adotar o governo republicano, a mudança política não surpreendeu e tampouco causou algum dano político, econômico e social aos macapaenses e mazaganenses. Aceitavam o fim da monarquia como algo natural e necessário, porque sob essa forma de governo haviam sido importantes quando representavam núcleos pioneiros de exploração e posse da terra, porém, passada essa fase, foram relegados ao descaso e abandono. Confiavam que o governo da República revertesse essa caótica situação que ameaçava a soberania nacional sobre a região. (SANTOS, 2001, p. 45)
No dia 1º de dezembro de 1889, foi oficialmente feita à adesão dos tucujus ao poder republicano, as Câmaras Municipais de Macapá e Mazagão enviaram documentos ao governo provisório instalado em Belém. A partir de então houve reformulação no sistema de administração municipal, foram suspensas as prerrogativas das Câmaras dos dois municípios, responderiam respectivamente por essas regiões os coronéis Coriolano Jucá e Manoel Valente Flexa.
O Conselho de Intendência Municipal foi criado pelo em 10 de março de 1890, pelo governador do Pará, Justo Leite Chermont, os integrantes desse Conselho deveriam ser eleitos para um mandato de três anos, sendo o mais votado, intendente, e os demais conselheiros.
Mas, os primeiros a comporem essa nova forma de governo municipal na região, foram nomeados. No Mazagão, o coronel Manoel Antonio Flexa passou a ser o intendente, entretanto, em Macapá, a mudança foi substancial. Foi nomeado intendente, o coronel Fernando Álvares da Costa, e conselheiros Manoel Francisco de Paula Balieiro, José Antonio Siqueira, Paulino Antonio Rôlla, Bartholomeu Florentino Picanço, Theodoro Manoel Mendes e Belmiro José dos Santos, sendo este último remanescente da extinta Câmara Municipal. (SANTOS, 2001, p. 46)
Então nenhuma mudança significativa ocorreu em nossas terras com a chegada da República no Brasil. Foi na verdade uma extensão também dos reflexos daquele movimento no país.
Responda:
1 – Por que os macapaenses e mazaganenses eram a favor do governo republicano?
2 – Qual a nova modalidade administrativa municipal implantada com o advento da República?
3 - Houve alguma mudança significativa em Macapá e Mazagão, após o dia 15 de novembro de 1889? Justifique.

Para ser trabalhado na 8ª série do Ensino Fundamental e na 3ª do Ensino Médio.

BIBLIOGRAFIA
            COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. São Paulo: Saraiva, 2005.
SANTOS, Fernando Rodrigues. História do Amapá. Macapá: Valcan, 2001.

sábado, 16 de abril de 2011

Museu da Imagem e do Som (MIS-AP)


O Museu da Imagem e do Som do Amapá (MIS-AP) existe desde 2007. Sua criação aconteceu quando da mudança de Fundecap para Secult. Sua missão é preservar, mapear e divulgar registros audiovisuais referentes à história e cultura do Amapá através de ações de educação patrimonial, eventos que promovam elementos de nossa cultura e ações de formação de produtores audiovisuais.

Sua atual gestão tem buscado realizar ações mais contundentes que permitam, ao MIS, se tornar um museu mais conhecido e, consequentemente, mais útil aos cidadãos amapaenses. O MIS é, dos museus existentes no estado, o único que vem disponibilizando seu acervo na internet, para que a cultura amapaense possa ser conhecida e minimamente pesquisada por qualquer pessoa que tenha acesso a rede.

Essas ações afirmativas passam, inevitavelmente, por um tratamento adequado do acervo como: catalogação, digitalização e facilitação do acesso às fotografias, slides, vídeos, filmes e áudios que compõem a reserva técnica do MIS-AP.

Imagens e sons possuem a propriedade de carregar consigo muitas memórias. A preservação e difusão delas representa a possibilidade de legar às gerações futuras a chance de conhecer os modos de viver, fazer e pensar de seus antepassados. Cuidar dessas memórias é uma das finalidades de um Museu da Imagem e do Som.

Partindo da interação com essas lembranças, memórias ou registros audiovisuais, temos a oportunidade também de entender melhor nosso próprio presente, fortalecendo nossos laços e vínculos identitários e, ao mesmo tempo, adquirir maiores referências para agir ativamente no processo dinâmico da história e da cultura.

As ações do MIS-AP buscam cuidar da memória de nosso estado e estimular a sociedade a conhecer-se melhor e a registrar suas práticas cotidianas como uma forma de valorização de seus saberes. E aqui estamos nós, buscando, diariamente, atingir essas metas. Tarefa essa que sabemos não ser fácil, mas também reconhecemos como extremamente necessária.

Acervo:

O acervo do MIS é composto por uma infinidade de suportes. Alguns deles estão em excelente estado de conservação e outros precisam de um cuidado especial por estarem em processo de desgaste avançado. Por isso, é necessário que a digitalização aconteça da forma mais ágil possível. É nessa fase que a equipe está trabalhando nesse momento.

A prioridade estabelecida é para a digitalização das fotografias. Isso se justificativa pelo fato de ser ela o item do MIS mais procurado por pesquisadores e alunos do ensino médio e superior. Logo depois iniciaremos a digitalização dos VHS, segundo item das demandas encaminhadas a nós.
 
http://museudaimagemedosom.blogspot.com
museudaimagemedosom@gmail.com

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Civilização perdida na Amazônia

Na edição nº 65 de fevereiro de 2011 a Revista de História da Biblioteca Nacional, publicou uma belíssima reportagem por Mariana Petry Cabral e João Darcy de Moura Saldanha, que são arqueólogos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do IEPA e Coordenadores do Projeto de Investigação Arqueológica na Bacia do Rio Calçoene.
 O Stonehenge da Amazônia: Megalíticos no Amapá São indícios de uma população pré-cabralina desaparecida. São sítios arqueológicos construídos por povos amazônicos que ocupavam a região pelo menos desde o início da era cristã. Trata-se do sítio arqueológico AP-CA-18, nas proximidades de Calçoene município do estado do Amapá, este sítio arqueológico é caracterizado por impressionantes estruturas de pedra e belas coleções de cerâmicas, que passaram a ser estudados desde 2006 numa grande estrutura composta de 150 blocos de rocha, alguns medindo mais de três metros de comprimento e muitos fincados com firmeza no solo formando um círculo no topo de uma pequena elevação, com significados nas rochas ainda difíceis de decifrar.